sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
Seres de palavras de seres
Deitar-me-ei à sua beleza e acordarei sonhando.
Debruço-me em um texto velho, com esperanças novas, vagas , loucas visões. Espero acaso brando, pranto de uma lembrança, encanta , vibra, canta.
Sigo o texto, desperto algo novo em palavras velhas, estreias, vagos e acasos da escrita perturbada pelo silêncio da ignorância e preguiça. Paro. Penso. Relembro. Continuo a ver um texto velho em novas palavras, rasgo, colo, releio, descubro que as palavras são sempre as mesmas dizendo basicamente as mesmas coisas, revivendo. Comparo-as a um ser, um ver, comparo a tudo. São as palavras humanas ou humanas palavras. Somos feitos de textos, somos feitos de velhos, textos, escritos e apagados, como o passado.
Repenso, refaço, nada sai, nada de novo em meu texto velho, nada de texto em meu novo, nada.
Sou texto, me refaço, reescrevo-me, com as mesmas palavras desdobro-me em outras formas , melhores, piores, somente em outras. dou inicio a um novo texto.
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